sábado, 5 de março de 2011

Vôo

esse daqui, não é bem um poema.. é um fragmento de um capítulo.... não sei se daria uma história em si. mas   uma crônica ao menos.. 



[...] E então, comecei a sentir uma leveza estranha.
havia algo diferente. ou muito errado, ou muito certo.
olhei para baixo, para os meus pés e arrisquei. 
levantei um pé. depois dei um salto e movi suavemente os pés, devagar.
como muitas coisas na nossa coordenação motora, 
não sabia como controlava, mas sabia controlar.
Flutuando no céu como quem flutua na água,
olhei para cima, respirei fundo, sorri, comecei a subir devagar.
subi como se me suspendessem.
nunca senti o vento como eu estava sentindo.
sentia um ar quente, se movendo e meu redor.
isso não é real, pensei, mas era.
decidi parar de flutuar e comecei a voar mesmo.
Do alto, vi as casas, as  pessoas, todos vivendo suas vidas.
sem sequer saber que alguém voava sobre eles. exceto um garoto.
Esse, olhou para cima, me viu, sorriu, estendeu o seu braço em minha direção
e me mostrou seu polegar em sinal de aprovação...
retribuí com um aceno e um sorriso.
Pela primeira vez, realizei um sonho que acredito que seja de toda a humanidade:
 Vi, senti, toquei uma nuvem. as nuvens, se dissolvem ao toque. as pessoas estão quase certas
ao compará-las ao algodão.
podemos modelá-las, mas devemos tocar com cuidad. pois elas desmancham se tocarmos com força... se apertarmos.
voei livremente, queria saber, afinal, como era ser uma ave. perfurei nuvens, 
voei com gaivotas, vi o sol se por lá de cima.
não queria descer. anoiteceu, vi as estrelas lá de cima.
tudo parece mais vivo, visto do céu....
queria um lugar para me encostar lá em cima, me sentar e balançar os pés no nada,
como um cais no céu. eu queria que ela estivesse aqui comigo. apenas para ter com quem compartilhar isso.
ela seria a pessoa certa. [...]


escrevi no quartel.

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